Friday, December 21, 2007

Christmas

A nostalgia bate-me à 'personal-door' todos os anos. Não sei onde pára o Natal. Há muito que o perdi.


Desejo-vos que o encontrem, que o vivam em pleno. Se souberem.

Tuesday, November 27, 2007

Ontem:

- Arregalados.
- O primeiro.
- Palavras.
- Ausência de palavras.
- Chamadas. Inumeras.
- Mensagens. Inumeras.
- Ausência da chamada.
- Ausência da mensagem.
- Folhas.
- Capa preta. Fechada.
- O último.
- Mensagem. Errada.
- Não vem.
- Tindersticks.
- E-mail. Errado.
- Fixos. Imóveis.
- "Please don't cry. Everything's gonna be alright"
- Silêncio.

Wednesday, November 21, 2007

- Vais...(?)
- Vou.

Um silêncio ensurdecedor.

Thursday, November 08, 2007

14

Chego agora ao final do dia. São 14.

Tuesday, October 30, 2007

Ghost

Os fantasmas descansam no limiar da porta. Todas as manhãs me sopram ao ouvido. Sopros gélidos.
Vultos. Uma orgia de vultos no meu império de vidro. Vultos que dançam. Dançam uma valsa infernal em bicos de pés. Sinto as pontas dos dedos calejados tocarem-me as veias, enquanto observo as sombras movediças na parede branca.
Senta-te. Assiste. São fantasmas que sopram. Sopros-Vida.

Between

Today: between Diamanda Galás & Sisters Of Mercy. :)

Tuesday, October 23, 2007

Sim, eu lembro-me dessas manhãs em que não havia linha que me fizesse desacreditar.

Where are you when I need you?

Thursday, October 11, 2007

Be spelled


Stay under the Moon!

Homem traçado

“Você tem um caminho traçado e uma meta a cumprir. Se você deixar esse caminho para trás os seus objectivos murcham”

Disseram-me no comboio. A ousadia de um desconhecido.

Friday, October 05, 2007

Tuesday, September 25, 2007

Luminosidades

Os pedacinhos de luz feriram-me os olhos esta manhã. Trespassaram a persiana como se me quisessem amordaçar. Rasgaram-me. Rasgaram-me devagarinho, até eu ganhar coragem para os engolir e sentir a vertiginosa velocidade matinal.
Saudades dos dias em que a tepidez da almofada não tinha sabor.

Monday, September 10, 2007

Viver sobre palavras

Hoje no regresso à invicta, deparei-me com um comboio cheio. Abandonei Braga e sentei-me junto à janela para poder ver a paisagem. Refugiei-me no meu Ipod para me certificar que não ouviria vozes desconhecidas ou conversas despropositadas.
A meio da viagem, entrou um indivíduo que me parecia ter aspecto de ser professor de Língua Portuguesa ou de alguma disciplina ligada a línguas. Sentou-se a meu lado e tirou um livro de uma mala preta. Não me lembro do título, mas como no momento me despertou algum interesse não resisti a devorar as breves palavras que o meu olhar conseguiu alcançar: “Ler é escrever, é viver, é ler, é escrever”. Reli-as várias vezes até o homem passar à página seguinte e por fim, apontei-as. Consegui também captar uma imagem isolada numa página em branco. Pareceu-me a figura de uma mulher esculpida, mas não a consegui registar com perfeição na minha memória.
Neste momento tenho a mente possuída pelas palavras. Sinto-as fazer eco vezes sem conta, como se estivessem presas numa divisão vazia. Resta-me agora dormir sobre elas, e exorcizá-las até ao mais ínfimo pormenor...

A mulher de gelo

Senti a tarde de Sábado pesada, escura como há meses não a avistava. Sobre a minha cabeça, um céu fosco pintado de cinzento que pousava sobre um mar de tom invernal.
Extasiei ao ver a sua convicção perfurar o banco de pedra. Ainda sinto as palavras a rasgarem-me o peito. A saliva guardada durante anos a fluir a cada gesto. As ruínas que eu desconhecia a caírem aos meus pés a uma velocidade asfixiante. Senti-me desfalecer, enquanto lhe dava a asas para pincelar a sua frieza na tela obsoleta. Desfaleci até me tornar num vulto oco perante os seus olhos gelados. Na esperança que se anoitecesse, um raio de sol ousa-se esfaquear a sua clarabóia...

Tuesday, September 04, 2007

Mancha Lunar


Rasguei-me para mais uma vez sentir Moonspell. Como faço sempre que os ouço, como só assim o sei fazer.
Um Coliseu banhado ao sangue mais puro, rendido à Lua que nos dias mais pavorosos me faz sonhar e me enverniza as arestas. A maré negra que me fez abrir o livro para mais uma vez registar uma mancha translúcida.
Soube-me a nu, a negrume genuíno.

Great lessons learned, upon the blood of men.

Photo by: Carlos Ferreira

Saturday, September 01, 2007

Ritual vergonhoso

Duas noites e mil gargalhadas que espero que se tornem num ritual.



E como tinha prometido, aqui vai a vergonha!:

Joana, Renato and me... We must be emo!


Thank you for the wonderfull nights * :)

O negrume nas marés

:D

Wednesday, August 22, 2007

Fugiram e morreram. Vivem-me agora, para não mais se expressarem.

Maybe a few minutes with me inside my vanity.

Tuesday, August 14, 2007

Underwater

Check out the new video "Underwater"!

CineMuerte






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http://www.myspace.com/cinemuerte

Tuesday, July 24, 2007

Poço cristalino

“a roupa molhada, o Stop da GNR comigo molhada dos pés à Cabeça na A5”. Leio isto no Blog da Sophia (cinemuerte).

Reporto-me ao Verão de 2006. Oito corpos a deambularem sob um Sol tórrido que nos perfurava os ossos e se manifestava nos nossos poros. Caminhávamos para uma praia sem reservas, livres de expectativas, planos ou vontades.
Os pés ainda calçados na areia fina, fervorosa. Um mar aliciante numa tela pintada de sensações. O vento que nos abafava em beijos longos. Mais tarde, os ténis e as havaianas espalhados. A proposta. Senti as mãos sobre a anca, e entre gargalhadas primorosas e olhares incógnitos, caí sobre um poço cristalino, gelado. Oito corpos mergulhados, indiferentes aos olhares e comentários alheios.
Era eu, no meu vago senso de liberdade. Deitada sobre a areia com as calças de ganga extremamente pesadas e o top preto encharcado de água dissolvente. Dissolvente das minhas memórias, das tuas, das nossas. O sol libertino a lamber-me as arestas. Os espectadores minimizados à mais insignificante partícula, ao estatuto merecido.
O regresso. Os olhares incrédulos. A minha indiferença perante eles. Os meus fios de cabelo que pingavam pequenas gotas de vida, a minha roupa ensopada que nem o calor se atrevia a sentir. Os cafés e as esplanadas a abarrotarem de esqueletos-parasitas sem vontade própria. As ruas que nos eram tão óbvias como as veias das nossas mãos.
O fim de tarde. As escadas em direcção às paredes que diariamente me acolhem o sono. Um banho quente. E um amanhã é outro dia, como só assim o poderia ser…

Thursday, July 12, 2007

Heartbeat


"I wish I was the heartbeat of your destruction"
Gostava de partilhar contigo o peso do mundo.
Mas isso são coisas que não te interessam, naturalmente...


Tuesday, July 10, 2007

Tormento

Por vezes faltam-me palavras que o invadam com ousadia. Que invadam esse que por vezes se torna num tormento: o Silêncio.
Não vou fazer comentários aos concertos de dia 27 e 28 de Junho. Há despertares que prefiro guardar no egoísmo da caixinha. But anyway, everybody knows that I love them to death...

Wednesday, June 27, 2007

Type O Negative + [F.E.V.E.R.]


Estámos a poucas horas de ter um Coliseu em Sangue!
Apareçam também para a 1ª parte com os [F.E.V.E.R.], vai valer muito a pena!
:)

Super Bock Super Rock


1º Acto:
Metallica + Joe Satriani + Stone Sour + Mastodon + The Blood Brothers + More Than A Thousand + Men Eater

Sunday, June 24, 2007

Death strikes again

- Nem imaginas quem faleceu.
- Quem!?
- O nosso vizinho.
- O senhor que morava aqui ao lado?
- Sim. Fez umas análises e detectou-se que tinha cancro no estômago. Já se tinha espalhado pelo corpo todo.

Penso que já estou habituada a senti-la bafejar. Não reconheço o seu hálito, mas acerta-me sempre que nem flecha.

Monday, June 18, 2007

Frio e Fome

Como muita gente sabe, sou uma pessoa com a capacidade de ouvir e apreciar diferentes estilos de música, desde o Gótico ao Metal passando pelo bom Pop que se fez nos anos 80 ao revolucionário (old-school) Punk.
Hoje dediquei-me a sons mais acústicos. Dirigi-me à Fnac do Gaia Shopping para nadar no ocêano da Tartaruga de Azevedo Silva.
Vibro imenso com música ao vivo, desde meros showcases a grandes concertos. Sinto sempre os timbres, os acordes, os olhares a esbarrarem-se contra as minhas paredes como num céu negro onde violentamente brota o Sol.
De um "Vai Com a Chuva" estranhamente involvente, a um "Abutres" algo perturbador mas simultâneamente real e sincero, ficou-nos o Frio na espinha E a Fome por mais.

Wednesday, June 13, 2007

Insónia

Teimou em não me deixar fechar as cortinas. Teimou em não me deixar morrer na almofada.
Horas a fio a sentir o corpo duro e pesado sob os lençois frios. Minutos e minutos a mirar a pequena luz vermelha da televisão.
Sabia que estava com as pálpebras manchadas de negro. Negro: puro negro.
Ouvi tudo. O acordar dos vizinhos, os chuveiros a vomitar, as portas a baterem enfurecidas... Quase jurava que senti os ossos a emergirem dos caixões.

A razão ultrapassa-me completamente. Talvez porque conheça demasiado bem o motivo...

Monday, June 11, 2007

The neck

Swallow the breath, broken the bones

[my neck pictured by me]

Saturday, June 09, 2007

Rasgámos

Obrigado aos que desde Setembro embarcaram comigo.
Para o bem ou para o mal, lá estaremos novamente, quando o Verão adormecer e as árvores voltarem ao ritual erótico que tanto gosto. Lá estaremos, para mais um rasgo, para mais um capítulo.

Rasguei. E gostei de rasgá-lo convosco.


Thursday, June 07, 2007

Chove

- Procura as coisas; não deixes que elas te chovam...
- Qual era o objectivo se elas chovessem?
- Oh Inês... Tu não és uma pessoa "normal". É a questão da felicidade como falamos e eu escrevi. Tu e eu não nos contentamos com essa felicidade. Precisamos de outras coisas, precisamos de mais. E essas nunca chovem.

É quando chove em nós.

Just don't ask me how I am

Suzanne Vega - Luka

(...)

Yes I think I'm okay
Walked into the door again
Well, if you ask that's what I'll say
And it's not your business anyway
I guess I'd like to be alone
With nothing broken, nothing thrown

Just don't ask me how I am

Wednesday, June 06, 2007

Aquisições

Aquisições de Domingo:
"Diálogo de Vultos"
Fernando Ribeiro
"A Campânula de Vidro" Sylvia Plath

No prazer daquele atraso ... :)

Sunday, June 03, 2007

77º Feira do Livro do Porto


Feira do livro:

16:30 - José Luís Peixoto - Sessão de Autógrafos (Pavilhão Nº H-4)
17:00 - Fernando Ribeiro - Sessão de Autógrafos (Pavilhão Nº C-11)

Monday, May 28, 2007

Porque é que tu és grande?

- Prima, senta aqui comigo.
Sentei-me.
- Prima, tu és grande. Porque é que tu és grande?

Fiquei segundos em silêncio. Era uma criança de quatro anos a pôr-me uma questão tão simples mas que ao mesmo tempo me soava tão rica. Por fim respondi-lhe:
- Porque sou mais velha que tu. Mas um dia tu também vais ser grande.
Olhou-me com ar desconfiado, de quem não tinha certezas de acreditar no que lhe tinha dito.


Por vezes ele transporta-me para uma espécie de grandeza em ponto pequeno.

Thursday, May 24, 2007

Diálogo de Vultos

Diálogo de vultos

"Deita-te nua de ti
No mármore frio do meu corpo.
Teus olhos fechados sobre o eclipse dos meus.

Seca os teus lábios
Na feridas dos meus
E deixa-te estar quieta: Até estas palavras passarem,
Até às sombras se calarem
E o nosso amor silenciar de vez
Este diálogo de vultos."

Fernando Ribeiro


Aparte: O Fernando Ribeiro vai estar na Feira do Livro em Lisboa (Parque Eduardo VII) dia 2 de Junho pelas 18:30, e no Porto (Palácio de Cristal) dia 3 de Junho pelas 17 horas .

Tuesday, May 22, 2007

A Mais Bonita És Tu

Para aqueles que tal como eu apreciam diferentes formas de arte, ou simplesmente para os mais curiosos, fica aqui a sugestão:





"A Mais Bonita És Tu"
Fotos de Federico Patellani.




Em exposição até dia 20 de Junho na Galeria Fotográfica - Fnac Gaia Shopping.

Monday, May 21, 2007

Sonhos

"Os sonhos vêm primeiro que os objectivos Inês..." you said.

Thursday, May 17, 2007

Experiência da Morte

Lembro-me na perfeição da rotina diária que mantinha. A porta batia e eu pequena, frágil e sonolenta, corria para o pequeno quarto sem janelas, saltava para cima da cama e mergulhava nos seus braços onde ela me aconchegava e me fazia crer que o mundo era perfeito. Tão perfeito como um quadro de Picasso, livre a interpretações que não podem ser julgadas.
Não gostava que lhe chamassem Paula. Dizia sempre: “Não me chamem Paula! Paula enche muito a boca! Paula! Eu chamo-me Aurora!”. Era a minha bisavó. A minha doce e eterna bisavó: Aurora. A Senhora idosa que delirava e soltava gargalhadas enquanto via Rugby ou Boxe. A que toda a gente adorava pela sua simplicidade e alegria. A que rasgava em mim o maior dos sorrisos.
Devia ter os meus quatro anos quando a experiência da morte me bateu à porta. O eterno descanso da Alma.
Nunca vou esquecer a sua face pálida e o momento em que o ar lhe fugiu. Fiquei imóvel e completamente impotente perante o desespero nos olhos da minha avó, que com um pequeno espelho constatava que a sua respiração havia parado.
Às vezes ainda lhe sinto o cheiro. Às vezes ainda fecho as cortinas e quando as abro: chove.

Sunday, May 06, 2007

Um mal nunca vem só

E porque um mal nunca vem só... Estou constipada.

New parterns in the crime: Cêgripe e Mebocaína.

Friday, May 04, 2007

Dia ganho

Tenho o dedo mindinho da mão esquerda completamente inchado, pisado e negro. E em frente a mim está aquele que vai ser o meu companheiro nos próximos dias: o Hirudoid.

"Dia ganho"... Muito mal ganho...

Monday, April 30, 2007

O Mundo

O Mundo não gira na mesma direcção para toda a gente.

Não há modo quando se trata de carne...


Saturday, April 28, 2007

People Are Strange


The Doors / People Are Strange


Tentativas

Há alturas em que não há nada que me consiga divirtir mais do que ver alguém a tentar divertir-me.

Tks Kenji :)

Tuesday, April 24, 2007

Happy Birthday


Hoje ultrapassaste mais uma meta. A quarta meta.

Happy birthday my sweet cousin. :)

Sunday, April 22, 2007

Destino

Presenteio-vos hoje com um texto do João Vieira. Do meu querido João Vieira.

Nunca soube nem nunca quis resistir à escrita dele. O João vomita arte pelas mãos.


Destino

"Subo os degraus da escadaria imensa. Chego ao piso último e escolho seguir pela esquerda, apenas pelo aspecto menos limpo do chão, sinal que outros escolheram na sua maioria também aquela direcção. Continuo vagueando por caminhos mais percorridos, mas não havia ninguém. As marcas dos muitos sapatos que pisaram o mesmo chão eram visíveis sem grande esforço; as paredes continuavam marcadas com a sola de alguém sem maneiras; as beatas ainda fumegavam nos cinzeiros; os salpicos de água no chão à saída de uma casa de banho - possivelmente sem toalhas - estavam ainda húmidos; um jornal esquecido com a data de hoje jazia no canto; tudo o resto se assemelhava a desarrumo desculpado por uma saída por densos motivos inesperados.
Sufoco pela ideia de não ter ideia do que se passara. Saio à rua e o mesmo cenário se me apresenta, mas menos discreto. Os aromas do café e da padaria são incoerências de um registo contínuo; a pilha de jornais de hoje ainda empacotados à porta do vendedor irresponsável que adormecera e se atrasara são-no também. E tudo o resto, mas na proporção macabra do terror psicológico que mais assusta.
A vida esgotara-se com a celeridade de um relâmpago que avisa depois, com estrondo, e desta vez pediu mais do que a bateria que nos acciona: pediu o corpo.
Entretido com a agonia evidente, só mais tarde ganho consciência que escapara ao mesmo destino, mas não acredito e decido procurar alguém mais. Escolho ir aos sítios que poucos escolhem em situação normal na esperança do destino sofrer do mesmo complexo. Engano-me, ninguém escapara…
Olho perplexo para a bicicleta no meio da rua e especulo o momento em que a vida desapareceu e a inércia se equivocou, deixando o trabalho da busca de equilíbrio à gravidade: a vida sumira e no mesmo instante a bicicleta em movimento pousara apenas. O horror aumenta quando olho o relógio e me apercebo que àquela hora, no café da esquina, na terceira mesa junto à janela, estaria a rapariga que na mesma rotina aprecio romanticamente.
Paro para pensar, mas descontrolo-me cada vez mais. As especulações e as ideias do sucedido e pior, do que sucederia agora, atormentam-me. Estaria condenado a germinar no único centímetro fértil da planície? As condições necessárias à vida pareciam garantidas: água, comida, luz e tudo o mais que não adivinho até que chegue a altura. Regresso a casa e deito-me na cama. Talvez tudo seja um sonho apenas, que não passará de uma recordação esboçada quando acordar.
Acordo. Ainda sonolento e sem posse das faculdades mentais superiores inicio uma rotina inconsciente: vou à casa de banho, vou depois à cozinha comer algo rápido e sento-me no sofá. Decido ler um livro, como é hábito e lembro-me do
sonho. Sorrio sarcasticamente e pego no livro que leio durante largos minutos.
Já faz tarde, é hora de jantar, e aos sábados espera-me sempre o prato do dia do restaurante da esquina. Saio à rua e o sonho ignorado ainda lá estava: as ruas continuavam desertas… Não compreendo porque fora condenado a tal sofrimento. Pior que a vida nos ser retirada num segundo é provocar-nos o suicídio, fazer-nos sentir culpados (…)
Deixo-me cair no chão sem qualquer reacção que amoleça a queda e desenterro todas as respostas de forma lúcida e sei porque escapara: há muito que havia decidido morrer e limitara-me apenas a devaneios sem solução e a alimentar o meu corpo com a indiferença de quem rega um cacto de mês a mês. O destino não se enganara: conhecia-me profundamente…"

Friday, April 20, 2007

Room 719

We cut our souls on room 719. Now we have the scars. Scars that illuminate our smiles. :)

Sunday, April 15, 2007

A nu. A cru.

Apetece-me tudo a cru. Apetece-me a bola de lã negra (ou branca), totalmente desenrodilhada e os vidros limpos. O timbre tremulo e perfeito, a genuinidade em carne.
Apetece-me tudo a nu. O bloco de notas em branco, a heroicidade do singular, a agulha na veia certa.
Quero ver o disco de vinil unicamente preenchido de negrume e brilho já obsoleto, sem qualquer risco. Quero o auto-sopro oscilante sobre a alma ofuscada.
Esta noite: apetece-me o nirvana. O murro de ar. O murro silencioso.

Thursday, April 12, 2007

Ontem, à distância, estendi a mão.

Saturday, April 07, 2007

Opium

It burns for me and for you...

Friday, April 06, 2007

O Primeiro

Sentimos a força da aterragem e, com os olhos cansados e o corpo dorido, olhamos a paisagem coberta por um nevoeiro espesso, duro, pesado. Esticamos os músculos e descemos a escadas que, apesar de poucas pareciam não terminar. Pisamos o chão e o vento beijou-nos como se nos estivesse a dar as boas vindas. Apanhamos a camioneta que nos dirigiu ao local onde nos estava prometida a paz, a loucura... Os tais cinco dias e quatro noites.
Senti o frio a cortar-me a pele e a penetrar-me o esqueleto. Estava com vontade de hibernar. Tinha a sensação de que os meus lábios estavam roxos e sentia as mãos a cada segundo mais gélidas. Era como se a cidade absorvesse todo o calor, como se fosse uma droga da qual era totalmente dependente.
Deixei-me ser engolida por tudo o quanto me rodeava e sorri. Esperavam-me cinco dias de promessas, de surpresas, de dor. De boa dor.

Wednesday, March 28, 2007

London my dears


Amanhã vou invadir as ruas londrinas e afastar-me da migalha que tanto gosto. Regresso dia 2 de Abril.

Goodbye my dears.

Monday, March 26, 2007

Escorregam(-me)

De corda atada ao pescoço, vejo-as escorregar por entre os dedos.

Sunday, March 25, 2007

Roubaram-nos uma hora de Vida.

Ela será devolvida.

Tuesday, March 20, 2007

Tempos

No silêncio duro do crespusculo vago, onde o relógio sempre pára para ele cumprir a sua falsa rotina, decidiu amordaçar a carne e estancar o sangue inquieto.
Com olhar de verniz sarcástico, reveu o que em tempos lhe foi lufada de ar quente na pedra, e seguiu sem olhar para trás.
Não mais o vi.

Sunday, March 11, 2007

Reencarnação

O assunto que me tem preenchido a mente este fim-de-semana: a reencarnação.

Éramos três no carro. A noite estava fria e estávamos com esperança de encontrar alguma diversão sentados em frente ao grande ecrã. Nisto desperta o assunto da reencarnação. Confesso que já não sei o propósito desta discussão, mas lembro-me na perfeição da voz e da expressão do Luís ao dizer: “Essa história da reencarnação só existe porque o Homem tem medo de acreditar que também ele tem um fim”. Perspectiva nua, fria, crua mas com a qual não discordo. Ainda assim, fiquei possuída e até certo ponto atormentada pela questão.


Digam-me vocês. Acreditam na reencarnação?


Monday, February 26, 2007

30

Trinta dias para ir. Apenas trinta.

Sunday, February 25, 2007

Existem dias e Dias

Início de dia com as feridas bem abertas e a alma preenchida de negrume. Uma espécie de desmoronamento no céu. O Mundo a cair-me em cima.
A veia palpitante entrou em estado de completa letargia e Eu estava sem vómito. Quase como um corpo acabado de acordar de uma anestesia: os olhos vêm, a mente nada capta.
A espera intermitente de uma hora mais recorrente, a espera intermitente de me libertar das paredes que tão bem me conhecem. Sim, elas conhecem-me melhor que qualquer panóplia de ossos, músculos, órgãos, glóbulos e afins. Conhecem-me despida de pele, nua de mim.
Chão frio de Inverno angustiado, à espera que eu o pisasse. Noite gélida pouco apetecível, á espera que eu saí-se. E saí.
Fim de noite com gargalhadas singulares ao ouvido frágil. Esse dom que tens. Mais uma vez abri(ste-me) a clarabóia interior.

Saturday, February 24, 2007

cineMuerte

Cinemuerte @ Fnac Gaia Shopping 19/02/2007


Relembro este concerto (e o de dia 20) com um sorriso. Com um grande sorriso. :)

Thursday, February 22, 2007

Delírio

Quebro-me em duas partes distintas.
Encho-me de tudo e de nada.
Vou ao infinito (e talvez mais além).

Caio em delírio…Bom delírio.