Monday, September 10, 2007

A mulher de gelo

Senti a tarde de Sábado pesada, escura como há meses não a avistava. Sobre a minha cabeça, um céu fosco pintado de cinzento que pousava sobre um mar de tom invernal.
Extasiei ao ver a sua convicção perfurar o banco de pedra. Ainda sinto as palavras a rasgarem-me o peito. A saliva guardada durante anos a fluir a cada gesto. As ruínas que eu desconhecia a caírem aos meus pés a uma velocidade asfixiante. Senti-me desfalecer, enquanto lhe dava a asas para pincelar a sua frieza na tela obsoleta. Desfaleci até me tornar num vulto oco perante os seus olhos gelados. Na esperança que se anoitecesse, um raio de sol ousa-se esfaquear a sua clarabóia...

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